Priscylla Meira
ClickPB
Um ato de brutalidade foi registrado na tarde deste domingo na Capital paraibana. Uma violência cometida contra uma mãe de família que trabalha como vendedora ambulante para garantir o seu sustento e o de suas duas filhas. Franciane Sampaio da Fonseca, de 34 anos, estava vendendo latinhas de refrigerante e cerveja na praia de Tambaú quando foi abordada por agentes da Prefeitura Municipal de João Pessoa, que mandaram que ela fosse embora do local.
Franciane atravessou a rua e foi vender sua mercadoria em outro lugar, mas continuou sendo importunada pelos agentes, que novamente disseram que ela não poderia vender suas latinhas no local e a ameaçaram de tomar todo o seu carrinho com os produtos. Quando a ameaça se tornou ação e os agentes tentaram colocar a mercadoria de Franciane numa Kombi da prefeitura, a vendedora se agarrou com o carrinho para não perder a mercadoria e ter que pagar pelo prejuízo depois.
Em entrevista ao ClickPB na manhã desta segunda-feira, Franciane relatou a violência que sofreu na tarde de ontem. “Eles começaram a puxar meu braço, querendo tomar meu carrinho. Eu não podia deixar eles levarem minha mercadoria porque eu tenho que pagar por ela, sabe... Por isso que eu me agarrei com o carrinho... mas eles continuaram me agredindo, até que as pessoas que estavam na praia começaram a nos cercar e me avisaram que meu braço estava sangrando”, disse a vendedora.
Banhistas e turistas que estavam próximo ao local se aproximaram e assistiram a violência. A Associação dos Vendedores Ambulantes foi acionada para tentar ajudar Franciane. Algumas pessoas ainda filmaram a ação violenta dos agentes que, após danificar o carrinho de mercadorias, levaram com eles uma cadeira que Franciane usava durante o trabalho.
A ambulante foi levada até a 10ª Delegacia Distrital da Capital e encaminhada para a Delegacia da Mulher, onde amparada por representantes da Associação dos Ambulantes e de pessoas que testemunharam o fato, prestou queixa contra a violência sofrida pelos funcionários da Prefeitura.
Durante a entrevista ao ClickPB, Franciane se queixou de fortes dores no braço e disse que, após se submeter ao exame de corpo de delito no Gemol, ela irá procurar atendimento médico num dos hospitais públicos da Capital.
Neste feriado do Dia do Comerciário, que Franciane esperava trabalhar ainda mais para garantir uma renda extra, quem levará seu carrinho com latinhas para vender no Sesc Gravatá será seu irmão. “Não importa o que aconteça, eu não posso parar de trabalhar. Esse é o meu sustento”, explicou a vendedora, que revelou que a violência sofrida ontem vai deixar cicatrizes maiores que as físicas. “O que mais me dói é não entender porque tem tanta gente por aí fazendo coisa errada e eu, que só quero trabalho, tenho que ser agredida desse jeito”, desabafou a ambulente
http://www.clickpb.com.br/artigo.php?id=20091019095355
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